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    Governo dos EUA descarta resgate ao Silicon Valley Bank, mas busca evitar impacto em outros bancos

    O Silicon Valley Bank, instituição financeira especializada em serviços bancários para startups de tecnologia nos Estados Unidos, está enfrentando uma crise sem precedentes, sendo considerada a pior desde o colapso financeiro mundial de 2008.

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    Durante uma entrevista ao canal CBS, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou neste domingo (13) que o governo tem como objetivo evitar o “contágio” financeiro após a falência do Silicon Valley Bank (SVB). Yellen destacou que é importante garantir que os problemas que existem em um banco não afetem outros que são considerados sólidos, a fim de evitar uma crise financeira ainda maior. No entanto, ela descartou a possibilidade de um resgate por parte do governo para o SVB, que enfrenta a pior crise desde o colapso financeiro de 2008 na maior economia do mundo.

    Na última sexta-feira, o Silicon Valley Bank (SVB) esteve à beira da implosão devido aos saques em massa de seus clientes, e acabou sendo assumido pela Agência Federal de Garantia de Depósitos (FDIC), braço do governo encarregado de proteger os depositantes e o sistema bancário dos Estados Unidos.

    Na esteira do colapso do Silicon Valley Bank, grandes bancos conseguiram evitar prejuízos significativos, mas instituições financeiras regionais e de médio porte não tiveram a mesma sorte. O First Republic Bank da Califórnia, por exemplo, perdeu quase 30% do seu valor em duas sessões, enquanto o Signature Bank, que tem exposição às criptomoedas, sofreu queda de um terço desde quarta-feira. Esses bancos têm muitos clientes empresariais, cujos depósitos costumam ultrapassar o limite de quase US$250.000 assegurado pela FDIC, o que pode levá-los a retirar seus fundos. Além disso, cerca de 96% dos depósitos do SVB não estão protegidos pela FDIC, o que aumenta o risco para os clientes que depositaram dinheiro no banco.

    De acordo com o senador democrata Mark Warner, da Virgínia, em entrevista à ABC, uma oferta pública de aquisição do Silicon Valley Bank (SVB) por parte de uma entidade financeira antes da abertura dos mercados asiáticos na segunda-feira seria a melhor solução para a situação atual. A preocupação é de que a falência do SVB possa afetar outros bancos e causar um efeito cascata. Os contratos futuros sobre os índices das Bolsas de Tóquio e Hong Kong indicam uma queda de 2% na abertura na segunda-feira, sinalizando um possível impacto negativo para os mercados financeiros.

    Em setembro de 2008, o governo americano interveio para evitar o colapso do sistema financeiro, injetando centenas de bilhões de dólares na maioria das grandes instituições do mercado, que mais tarde foram recuperados pelo governo. Apesar disso, vários analistas, tanto do mundo econômico quanto das novas tecnologias, estão defendendo o resgate do Silicon Valley Bank (SVB), que está enfrentando sua pior crise desde o colapso financeiro de 2008 na maior economia do mundo. Muitos estão preocupados com a estabilidade do sistema bancário, devido às consequências da falência do banco do setor de tecnologia, que se gabava de ter “quase metade” das empresas de tecnologia e ciências biológicas com financiamento de investidores nos Estados Unidos como clientes. Com a Agência Federal de Garantia de Depósitos (FDIC) assumindo o controle do banco na sexta-feira, alguns analistas sugerem que uma oferta pública de aquisição por parte de uma entidade financeira antes da abertura dos mercados asiáticos na segunda-feira seria a melhor solução para evitar o “contágio” financeiro. Os contratos futuros sobre os índices emblemáticos das Bolsas de Tóquio e Hong Kong apontam para uma queda de 2% na abertura na segunda-feira, o que preocupa ainda mais os analistas sobre a estabilidade do sistema financeiro.

    No último domingo, o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, alertou para o grave risco que o colapso do SVB representa para o setor de tecnologia britânico. A preocupação se estendeu para além das fronteiras do país, com vários empresários alertando para uma possível onda expansiva que afete as start-ups de tecnologia indianas, algumas delas clientes do SVB.

    Além disso, a crise provocada pela situação do SVB também atinge as criptomoedas. A moeda digital USDC, que se declara “estável” por estar vinculada ao dólar, registrou desvalorização desde sexta-feira, depois que a empresa que a criou, Circle, anunciou que mantém US$ 3,3 bilhões no SVB e abandonou sua paridade com a moeda americana. Outras “moedas estáveis”, que supostamente protegem os investidores em criptomoedas contra a volatilidade do setor, também foram afetadas, como a Dai ou a USDD. A situação é preocupante e pode ter impactos negativos no mercado financeiro e tecnológico global.

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